A História da Cidade de Viseu
As origens de Viseu remontam à época castreja
e, com a Romanização, ganhou grande importância, quiçá devido ao entroncamento
de estradas romanas de cuja prova restam apenas os miliários (passíveis de
validação pelas inscrições) que se encontram: dois em Reigoso (Oliveira de
Frades), outros dois em Benfeitas (Oliveira de Frades), um em Vouzela, dois em
Moselos (Campo), um na cidade (na Rua do Arco), outro em Alcafache (Mangualde)
e mais dois em Abrunhosa (Mangualde); mais existem, mas devido à ausência
de inscrições, a origem é duvidosa.
Estes miliários alinham-se num
eixo que parece corresponder à estrada de Mérida (Espanha) que se
intersectaria com a ligação Olissipo-Cale-Bracara, outros dois polos bastante
influentes.
Talvez por esse motivo se possa
justificar a edificação da estrutura defensiva octogonal, de dois quilômetros
de perímetro - a Cava de Viriato.
Viseu está associada à figura de Viriato, já que se pensa que este
herói lusitano tenha talvez nascido nesta região. Depois da ocupação romana na
península, seguiu-se a elevação da cidade a sede de diocese, já em domínio
visigótico, no século VI. No século VIII, foi ocupada pelos muçulmanos, como a
maioria das povoações ibéricas e, durante a Reconquista da península, foi alvo
de ataques e contra-ataques alternados entre cristãos e muçulmanos.
De destacar a morte de D. Afonso
V de Galiza e Leão rei de Leão e Galiza no cerco a Viseu em 1027, morto por uma
flecha oriunda da muralha árabe (cujos vestígios seguem a Rua João Mendes,
Largo de Santa Cristina e sobem pela Rua Formosa).
A reconquista definitiva caberia
a Fernando Magno, rei de Leão e Castela depois de assassinar em 1O37 o legítimo
Rei Bermudo III (filho de Afonso V) vencedor da batalha de Cesar em 1035
(segundo a crônica dos Godos).
Mesmo antes da formação do
Condado Portucalense, Viseu foi várias vezes residência dos condes D. Teresa e
D. Henrique que, em 1123 lhe concedem um foral. O segundo foral foi-lhe
concedido pelo filho dos condes, D. Afonso Henriques, em 1187, e confirmado por
D. Afonso II, em 1217.
Já no século XIV, durante a crise
de 1383-1385, Viseu foi atacada, saqueada, e incendiada pelas tropas de Castela
e D. João I mandou erigir um cerco muralhado defensivo - do qual resta pouco
mais que a Porta dos Cavaleiros
e a Porta do Soar, para além de
escassos troços de muralha - que seriam concluídos apenas no reinado de D.
Afonso V - motivo pelo qual a estrutura é conhecida pelo nome de muralha
afonsina - já com a cidade a crescer para além do perímetro da estrutura
defensiva.
No século XV, Viseu é doada ao
Infante D. Henrique, na sequência da concessão do título de Duque de Viseu, cuja estátua,
construída em 1960, se encontra na rotunda que dá acesso à rua do mesmo
nome. Seu irmão D. Duarte, (rei)
nasceu em Viseu, 31 de Outubro de 1391.
No século XVI, em 1513, D. Manuel
I renova o foral de Viseu, e assiste-se a uma expansão para atual zona central,
o Rossio que, em pouco tempo, se tornaria o ponto de encontro da sociedade, e
cuja primeira referência data de 1534.
É neste século que vive Vasco
Fernandes, um importante pintor português cuja obra se encontra espalhada por
várias igrejas da região e no Museu
Grão Vasco, perto da Sé.
No século XIX é construído o
edifício da Câmara Municipal, no
Rossio, transladando consigo o centro da cidade, anteriormente na parte alta.
Daí ao cume da colina segue a Rua Direita, onde se encontra uma grande parte de
comércio e construções medievais.
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